quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Noite de estrela

E aí amigos... Ontem novamente fiz uma visita ao Guará, e novamente acabei correndo com um grupo de amigos que se reunia para fazer uma bateria (na verdade duas). E finalmente eu tive o privilégio de sentir como é ser absoluto na pista! Foi muito gratificante pois os caras tinham alguma experiência e andavam até bem, mas não conseguiram me acompanhar. E além disso experimentei várias sensações que ainda não tinha conseguido ter ali no Guará, principalmente a de correr com pista molhada! Bom, vamos do princípio.

A turma tinha se formado e aguardava a vez de correr. Eu planejava treinar sozinho e já tinha até reservado meu horário depois de uma bateria que estava acontecendo, mas acabei acatando a sugestão da Tayná de convidar a turma e correr uma bateria prá valer. Daí começamos! A turma de 4 amigos já brincava a algum tempo, e eles haviam convidado um italiano amigo deles que corria de kart na Itália e pelo que disseram já havia corrido até com o Nigel Mansell (!!!).

Mas logo de cara notei que ele não havia se adaptado bem com o kart indoor... Na volta de reconhecimento saiu lento, consegui ultrapassá-lo e mesmo atrapalhado um pouco pelos da frente ainda consegui fazer a pole. E no momento em que alinhavamos no grid veio a primeira surpresa da noite. Uma fina garoa começou a cair, molhando toda a pista. Largamos com a garoa ainda rolando e logo no U começaram os sustos... Eu acelerei na largada, me mantive por dentro e consegui manter a liderança, mas já imaginando q a pista estaria lisa, reduzi bem antes. Fiz o U bem devagar, rabeando muito, mas consegui me manter na ponta enquanto os outros brigavam para manter o kart na pista.

Um pouco mais a frente, na 2a perna do miolo, mesmo eu andando muito devagar o kart não fazia a curva... vc virava o volante e ele continuava reto. Só não fiquei nos pneus pq pisei no freio com força fazendo o carro rabear e apontar de novo prá curva. Daí dosei o acelerador, raspei nos pneus mas consegui continuar na pista. No fim da 1a volta a garoa já estava parando mas a pista estava muito molhada e por isso eu conduzia com muita cautela, sendo seguido de perto por Nilton em 2o. A volta da largada fechei bem lenta, mas ainda em 1o, e nas voltas seguintes fui melhorando o tempo a medida em que a pista secava. Na 2a volta virei 57.37s, na 3a 53.08s e na 4a 51.50s. A partir da 5a volta a pista já tinha secado e eu pude pisar fundo, fazendo as voltas seguintes em 49s, com duas voltas em 48 alto (48.95s e 48.83s), abrindo distancia para o 2o colocado.

A partir daí a minha 1a vitória do ano (não oficial, é vero, mas era uma vitória) estava cada vez mais perto! A única coisa que poderia me tirar a vitória era a quebra do kart, e eis que aparece a 2a surpresa do dia... O kart quebra o cabo do acelerador na curva do mergulho. na 12a volta Eu tinha aberto uma grande distancia para o piloto que vinha atrás, de camisa vermelha, e que depois descobri que era um dos mecânicos do Guará testando o kart. Atrás dele eu nem sabia quem tava.

Bem, pensei até em completar a prova acelerando com a mão, mas preferi evitar uma queimadura (só pq era treino, pq se fosse no CAM eu tinha acelerado com a mão sem dúvida) e parei nos boxes prá trocar de kart. Lá dentro só o cara de camisa vermelha e um outro piloto da turma, Endrigo, que me passaram. Consegui voltar prá pista, fiz duas voltas mais rápidas do que as anteriores (48,60s e 48,88s), alcancei e ultrapassei o Endrigo mas não deu prá chegar no piloto de vermelho. E nem precisou pq ele tinha parado (nem tava realmente concorrendo) e no fim eu já tinha recuperado a liderança e havia vencido minha primeira bateria no ano, repetindo o feito histórico do Eduardo no CAM de 2007, onde seu kart tb quebrou qdo liderava, ele entrou, trocou, voltou prá pista e recuperou a liderança da prova.

Nos comentários pós-bateria o Nilton, que havia me acompanhado no início da prova disse que preferiu tirar o pé para disputar com os amigos, deixava os outros passar e depois ficava disputando, e por isso que eu tinha aberto tanta vantagem. Bem, ele quis amenizar a minha vantagem na prova, mas de qualquer forma, analisando os tempos depois ele foi até mais rápido que eu qdo a pista estava molhada, mas depois eu estava sempre mais rápido que ele, então se ele não tivesse aliviado pode ser que eu não conseguisse vencer pelo fato da quebra do kart. Mas eis que eles combinaram uma nova bateria, agora sem o Gianfranco (o italiano), e eu lógico não deixei passar.

Alinhamos os karts dessa vez no circuito invertido, eu me coloquei na 4a posição do grid mas já avisei prá todos que ia liberar pros dois de trás passarem. Mas a largada o Nilton e o outro que vinha atrás entraram lado a lado na chincane e é lógico, um levou a pior. O Nilton ficou na chincane, eu ainda pisei no freio prá ele sair antes de mim mas como ele tinha ficado preso acelerei e fui a caça da galera. E não deu outra! Novamente voando baixo e tracionando muito melhor que a galera nas saídas das curvas eu já tinha recuperado a liderança na 3a volta. Com uma volta em 48.53s abri distacia para o 2o.

Daí me lembrei do Nilton dizendo que tinha aliviado na bateria passada, sem contar que prá mim é importante treinar as ultrapassagens, e resolvi tirar o pé e deixar a galera passar... Parei no U, esperei o Leo e o Endrigo passarem, ainda tive que esperar mais alguns segundos pelo Nilton, que já tinha passado o Leonardo mas ainda estava muito prá trás. Na 5a volta agora em 4o (penúltimo) voltei a perseguição dos 3 primeiros. Os dois primeiros estavam bem a frente, mas por sorte o Nilton também estava andando rápido, então aos poucos eu ia me aproximando dele e consequentemente nós dois nos aproximávamos dos lideres. Encostei e passei o Nilton na saída do U, na outra volta passei o Endrigo no mesmo canto e por fim passei o Leo na 1a perna do miolo, retardando a freiada. A partir daí deixei a disputa entre os três, abri distância e cravei 48.11s (fiz quase todas as voltas em 48s enquanto subia as posições).

Enfim, dominei a noite. Tudo bem que eu não estava correndo entre os Morredores, mas quase todos os caras andavam bem, fazendo voltas em 48s, 49s também. Eu notei que eles perdiam algum tempo nas retomadas das curvas, e também não defendiam a posição... abriam prá fazer a tomada da curva ou espalhavam no U, e eu como já estava mais treinado nessas situações, sempre conseguia me aproveitar.

No fim não serve de muita referência não pois com certeza no CAM é mais difícil, mas a diversão e a sensação valeram a noite! Talvez no final de semana eu treine com os morredores mesmo, senão até a 5a etapa a gente deve marcar um amistoso. Até lá, um grande abraço!

:-]

Nenhum comentário: