quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Uma noite de Profissional

Tudo começou quando a umas 2 semanas atrás recebi um e-mail dos companheiros do grupo Sô+Nois, que também organizam um campeonato anual de kart, informando que eles iniciariam sua temporada 2009/2010. Como eles disputam suas provas no Kartódromo Júlio Ventura, o kartódromo oficial do Campeonato Cearense de Kart, e que já foi palco de provas do Campeonato Brasileiro, me interessei inicialmente em assistir. Aos poucos, pela vontade de correr no kartódromo, fui me empolgando para participar na bateria deles, e acabei confirmando a minha presença. A prova estava marcada para hoje, 20 hrs. Infelizmente por falta de gente não pudemos realizar a prova, pois lá no kartódromo só há prova com no mínimo 10 inscritos e só chegamos 6 participantes. Apesar de insistirmos para que nos deixassem correr, principalmente eu que estava doido para experimentar a pista, mas não teve jeito.

Então os organizadores combinaram de colher as inscrições (nós que tinhamos ficado lá já pagamos logo) para que a prova seja realizada na próxima terça. Com o pagamento adiantado, caso o piloto falte, pagamos o valor dele e podemos correr independentemente de qtos karts vão para a pista. A galera se despediu, mas eu ainda fiquei um pouco lá batendo papo. E eis que depois de tanto comentar que estava doido para andar naquele circuito, a galera me liberou um kart para dar umas voltinhas. E não foi um kart qualquer! Foi um kart da categoria Super 400, a categoria mais forte do atual Campeonato Cearense de Kart (atualmente existem as categorias Junior 240, Fórmula 400 e 400 Light, e a Super 400).

Só explicando um pouco sobre os karts, os indoors tem motores Honda GX160 (ou equivalentes), com cerca de 5,5 HP. Na categoria Junior 240, para crianças de 8 a 15 anos são usados os motores Honda GX240, que tem cerca de 8 HP. Na Fórmula 400 e 400 Light são usados os motores Honda GX400, que desenvolvem 13 HP. Para os karts, essa diferença é bem significante, e notada nos tempos de volta em cada circuito. Bem, os Super 400 são motores GX400 preparados, que desenvolvem 30HP (!!!)

Logo na partida senti o ronco forte do motor! Não dá nem prá descrever, tamanha diferença para os indoors! Saí devagar dos boxes, acelerando de leve e soltando o pedal, e mesmo assim o kart dava um pulo a cada acelerada. Peguei a pista mas na 1a volta ainda fui num ritmo lento, para sentir o kart e conhecer o traçado. A partir da segunda volta fui dando um pouco mais de gás, e já na 4a ou 5a volta eu já acelerava tudo nas retas, e entrava nas curvas com mais aceleração. A partir daí aos poucos fui pisando mais, sentindo o kart, tentando melhorar nas tangências e freiadas, mas tentando chegar mais perto do limite. Só no trecho mais afastado do circuito que eu aliviava mais por lá estar mais escuro, e por isso eu não sentia seguro fazê-lo com o pé embaixo sem conhecer os detalhes do trecho.

Por volta da 10a volta, já tentando chegar no limite, passei do ponto de freiada na 1a curva e rodei. Outra vantagem do Kartódromo: Área de escape! Sem os pneus em volta da pista, rodei, acelerei e já voltei a pista embalado para fazer a tomada da curva seguinte. Confesso que exceto nas duas retas maiores, não tive coragem ainda de manter o pé embaixo por muito tempo, e ainda aliviava com cautela em todas as curvas. Sei que dava prá ir mais rápido mas preferi ser cauteloso a ficar rodando em toda curva (correndo o risco do pessoal me chamar para os boxes). Por conta do esforço físico muito maior do que o do kart indoor, aliado ao fato do banco estar fora da posição confortável que eu corro (meu braço estava mais esticado do que eu normalmente piloto) começei a cansar por volta da 15a volta e também por achar que o combustível que tinham colocado já estava no fim, resolvi parar antes de cansar demais ou dar a pane seca no meio do circuito.

Infelizmente com palavras é muito difícil explicar a sensação, mas foi muito massa!!! Imagino como deve ser uma prova, no limite, a concentração a 100%. Qualquer vacilo e o kart passa do ponto, espalha na zebra, qualquer reação a mais no volante e a dianteira escapa, a traseira sobra, você tem que controlar. Quem sabe o que é andar num kart indoor, numa pista indoor, multiplique essa sensação pelo menos por umas 10x! Os detalhes são muito mais importantes, um ponto de freada, uma saída de curva, o quanto vc vira o volante, o quanto vc acelera! E olha que eu andei sozinho na pista, sem compromisso nenhum, nem de marcar tempo. Imagina numa prova!

Acho que pra ser um piloto competitivo numa categoria como a Super 400 ainda há muito a aprender. Prá mim, financeiramente não dá, mas mesmo que desse, acho q o caminho é começar num Fórmula 400, treinar muito, passar a ser competitivo, e daí treinar num Super 400. Mas voltando para a realidade, estou pensando em participar da prova do Sô+Nois, que tentaremos realizar na próxima terça (15.09), para sentir com um Kart Indoor como é andar num kartódromo de verdade (e assim ter base de comparação para um kartódromo indoor). Quem sabe se aparecesse uma oportunidade eu dava umas voltas num Fórmula 400, tirasse uns tempos, sei lá.

Bom, foi empolgante! Valeu mesmo a experiência!

[:-D]

2 comentários:

XXXXXXX disse...

Mas ta que tá um profissional...
É muito bom.
Adoro carro... correr... nossa.. é tudo e bom, sem contar a adrenalina que temos na hora.

Edilson Carneiro disse...

Deve ter sido uma sensação e tanto!! :-)